As eleições de 2020 já agitam os bastidores da política em Petrolina, PE

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

OS CORRUPTORES, O FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA E A GAVETA DO MINISTRO GILMAR

Pronunciamento: "Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

A detenção dos maiores empreiteiros do país, por suspeita de participação nos desvios de recursos da Petrobrás, investigados pela Operação Lava Jato da Política Federal, foi de fato um acontecimento inédito na história do combate à corrupção no Brasil. A prisão, ainda que apenas preventiva, de poderosos empresários impactou a sociedade, a mídia e a maioria dos agentes públicos.

A detenção dos empreiteiros despertou, naquele primeiro momento, a sensação de que o Brasil teria, enfim, dado um passo significativo no combate à corrupção, ao ter colocado grandes corruptores atrás das grades e no banco dos réus. E evidenciou, ao mesmo tempo, o caráter imoral (e provavelmente ilegal) do financiamento privado de campanha no país, tendo em vista que grande parte dos recursos “doados” para as campanhas vieram dos cofres suspeitos das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.

Além de terem despejados milhões de reais nas campanhas de Aécio, Dilma e Marina, estima-se que as empreiteiras tenham contribuído diretamente para a eleição de mais de 300 parlamentares do Congresso Nacional nas eleições de 2014.
Um levantamento da ONG Transparência Brasil, considerando apenas as empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato, revela que o montante das doações feitas entre 2002 e 2012 para comitês eleitorais, partidos e candidatos somam a fabulosa quantia de R$ 672,6 milhões. Se consideradas as “doações” já declaradas na eleição deste ano, o valor salta para R$ 818,8 milhões.

Quando as prestações de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno forem divulgadas, estes valores podem ultrapassar a quantia de 1 bilhão de reais em “doações” feitas pelas empreiteiras da Lava Jato. O estudo revela ainda que o financiamento privado de campanha foi significativamente ampliado, quando o montante de doações de 2006 para 2010 saltou de R$ 62,2 milhões para R$ 324 milhões. Ou seja, a ampliação exponencial de uma prática que tem sido a fonte alimentadora da corrupção na política brasileira.

Mas apesar do impacto causado pela prisão dos barões do cimento e os números escandalosos das “doações” privadas de campanha, o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal - STF, continua segurando, por seu pedido de vista, a conclusão da votação da Ação da OAB que propõe o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais no Brasil.

Diante de todos esses escândalos, e do evidente vinculo entre financiamento privado de campanha e corrupção, é urgente que o STF conclua a votação dessa ação, que já conta com a maioria de 6 x 1 votos favoráveis de um total de 11 votantes. Estamos diante de uma oportunidade histórica para por um fim no financiamento privado de campanha. A sociedade precisa cobrar que o Ministro Gilmar Mendes desengavete a Ação da OAB, concluindo seu pedido de vistas para que a votação seja concluída.

Não há razão jurídica, política ou ética para a continuidade desse modelo de financiamento eleitoral, em que as grandes empresas acabam ditando a agenda e as prioridades da maioria dos governantes e parlamentares, sacrificando os interesses públicos, com consequências nefastas para a maioria da população e para o País.

Muito obrigado.

Ivan Valente – Deputado Federal PSOL-SP

Brasília, 25 de Novembro de 2014.

#‎devolveGilmar

#‎financiamentopublico

Da: Redação 

Fontes: Rede sociais.